- Há alguns dia atrás estava indo ao trabalho no ônibus que sempre pego e comecei a observar algumas coisas. Nesse horário da manhã o movimento de pessoas idosas é grande, e nesse dia
não foi diferente. Em um dos pontos entrou uma senhora branca e as
pessoas que estavam sentadas no banco preferencial logo se levantaram e
pediram para senhora se sentar. Alguns pontos adiante uma idosa negra
adentrou o ônibus e, mesmo tendo gente jovem nos bancos, ninguém se dispôs
a levantar. Eu que estava do outro lado da catraca fiquei indignada e
perguntei de longe se não teria lugar para ela se sentar. Enfim, acabou
que ela não quis sentar, até porque ninguém ofereceu a ela um lugar.
Lembra muito o que Frantz Fanon fala nos seus textos: existe um imaginário tão forte na sociedade brasileira de que negro é forte, que aguentamos tudo que esse tipo de situação que passa desapercebida só fortalece essa questão.
Lembra muito o que Frantz Fanon fala nos seus textos: existe um imaginário tão forte na sociedade brasileira de que negro é forte, que aguentamos tudo que esse tipo de situação que passa desapercebida só fortalece essa questão.
- Professora negra faz visita ao Museu Afro com colegas de trabalho e alunos.A
visitação tinha sido tranquila e sem muitas questões tanto da parte dos
alunos como dos professores em relação às obras ou explicações do guia.
Porém, ao voltar para escola e liberarem as crianças, a professora negra
ouve comentários de outros professores em relação a visita ao museu:
"Até parece que índio ia querer trabalhar, é preguiçoso", "Negros também
são todos desse tipo", "Nem sei por quê fomos, museu não tinha nada de
cultura que valesse a pena".
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