quinta-feira, 1 de outubro de 2015

dois relatos

* J., estudante de Pedagogia na USP, foi para um curso de diferenças de gênero na câmara dos vereadores. Lá, resolveu ir até o caixa eletrônico para ver se havia caído o valor da bolsa, da qual ele é beneficiário. Daí, uma senhora ficou olhando para ele... Ela também iria usar o caixa, mas não o usou... Foi até um policial militar e disse que meu amigo era suspeito... Nisso, meu amigo já havia percebido tudo. Então ele resolveu ir ao banheiro. O policial o seguiu e pediu para ele mostrar o RG, e perguntou o que ele estava fazendo ali, e ainda, o que ele queria junto ao caixa eletrônico. Ele se sentiu muito ofendido, claro!. Me disse: " é como se eu não tivesse o direito de ir e vir, só por ser negro, isso sempre acontece comigo!

*  Conversa entre mãe e filha:
A filha comenta que ouviu na sala de aula sobre a memória mais marcante de um dos atores principais da Cidade de Deus, que era o som do trinco dos carros quando ele passava pela calçada.
A mãe ri como se fosse uma piada comum; a filha estranha a reação dizendo que é um acontecimento triste e questiona a razão da risada. A mãe responde da seguinte forma:
-O que você esperava? Preto e feio, é de se esperar que seja assim.

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