"A imagem do corpo arrebentado à bala de Herinaldo, Christian, Jesus e
Alan, porém, parece não ter força para impedir a continuidade do
genocídio das crianças e jovens negros e pobres no Brasil. Seus corpos
são esvaziados de humanidade e viram objetos, restos cotidianos que já
não provocam espanto, para além dos mesmos de sempre. No máximo
protestos das comunidades, recebidos a bombas de gás pela polícia e com
demonstrações de irritação pelos motoristas, que não querem corpos de
criança atrapalhando o tráfego.
Fico pensando: em que praia os pequenos corpos desses brasileiros
precisam chegar para serem vistos? Nas praias da Zona Sul carioca já sei
que não adianta".
ECA do B (Coluna de 28 de setembro de 2015, no El País Brasil).
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